“A medicina é a arte de zelo ao próximo” setembro 08, 2025 - Publicado por: Ascom

Ele é cardiologista e solteiro, tem um nome bem incomum, é filho de Antônio Wilson Pereira e Maria da Glória Souza. Ela traz um nome bem popular, é filha de Agostinho Silveira Tolentino e Edite Gonçalves Silveira e atualmente está em processo de adoção de uma linda menina, a Vitória.  Vamos conhecer um pouco da história desses dois médicos do SAMU Macro Norte, tanto o Dr. Willy Dingsor  quanto a Dra. Kátia Silveira, ambos neste dia, 18 de outubro, representam toda a classe médica nesta homenagem do SAMU Macro Norte tem muito a nos passar de suas histórias de vida e profissional.

Porque medicina?
Dr. Willy: Assim como algumas pessoas, meu desejo vem de criança. Apesar que ao longo da vida o desejo mudou pouco. Cheguei a aspirar outras profissões sim. O desejo definitivo acabou vindo durante a Universidade. Cursava ciências biológicas e me vi apegado às disciplinas da área da saúde. Aí, resolvi prestar o vestibular para medicina.

Dra. Kátia: A medicina é mais que passar em um vestibular concorrido, mais do que dedicar exclusivamente aos estudos  acadêmicos. Medicina é doar não só o tempo,  mas também  vida. Aliás, exercer medicina é vocação, é dom, é cuidar, é tratar curando o mal quando possível e aliviando sempre! Desejando dar o melhor de si e se apoiando sempre na fé  de ser instrumento do Pai  e está agindo como ponte Dele, assim eu vejo a medicina.

Como você descobriu a medicina como profissão?
Dr. Willy:
 Veio por causa da realização de um sonho. Eu gosto da ciência médica. Sempre quis estar preparado para cuidar da minha família quando precisassem de mim.

Dra. Kátia: Bem, sou a sexta filha de meus pais e neles tive um exemplo de devoção  aos estudos e determinação. Minha mãe era professora e com muita garra aos seus objetivos,  saiu do interior norte mineiro (Espinosa) até a Princesinha do Norte de Minas  Gerais (Montes Claros) em busca de melhor estudo para seus filhos. Sempre  aprendi em família  que a sabedoria e fé  são as  grandes riquezas  que levamos conosco. Meus pais,  além de  grande exemplos de superação,  sempre foram apoio e incentivo. Vi  em  minhas irmãs, exemplos de amor a medicina se  consolidando. Percebi que assim, poderia fazer melhor. Ser uma aprendiz e  quem sabe uma dia,  ajudar alguém na fragilidade de sua saúde  a  superar uma patologia e resgatar a saúde .Imaginei- me médica  e nunca deixei de lado esse desejo. Superar a cada dia e revigorar as forças.  Assim tudo fica mais fácil realizar e fazer por amor. Enfim a medicina por inspiração maior.

O que pesou na hora da escolha? 
Dra. Kátia: O desejo de cuidar. Todo dom vem de Deus e Ele sabe de tudo sempre. NENHUMA PROFISSÃO ME COMPLETARIA TANTO. Nada é tão pleno quanto ver brotar um sorriso de uma face em dor. A MEDICINA É A ARTE DE ZELO  AO PRÓXIMO.

O que é mais difícil no exercício da medicina a seu ver no dia de hoje?
Dr. Willy: É a desvalorização dos profissionais. Quando eu digo isso não é só do médico, que é o fato atual, mas de todos os profissionais da área de saúde. O que vemos hoje na medicina já vimos acontecer em outras profissões. Assim torna-se difícil o ato de recuperar a saúde de uma pessoa. Por isso vimos discurso o tempo todo que faltam médicos. Não faltam médicos, faltam leitos nos hospitais, material básico para prestar um atendimento adequado, faltam exames, não faltam médicos.

Dra. Kátia: Hoje a maior dificuldade no exercício profissional é a desrespeito ao médico como trabalhador  e principalmente  como ser humano.

O que mais lhe dá prazer na profissão?
Dr. Willy:
 Ver o resultado do meu trabalho. Ver um paciente saudável caminhando na rua, acenando e gritando, bom dia doutor, como vai? E você olhar para ele saber que algumas semanas atrás estava em estado grave pós-acidente e você ajudou a salvar essa vida.

Dra. Kátia: Fazer a diferença como pessoa e profissional. Enxergar  que você  estava no lugar certo e fazendo o que tinha que ser feito isso não tem preço.

É preciso tempo e dedicação para exercer a medicina em sua plenitude. Você tem dedicado tempo aos estudos e aprimoramentos? Como?
Dr. Willy:
 A medicina nunca para de inovar. Sempre tem novos conhecimentos. Não basta concluir o curso e exercer a profissão. É o que faço no meu dia-a-dia. Conclui minha residência médica em cardiologia, logo depois que terminei o curso de medicina. Procuro fazer cursos sejam presenciais, virtuais, não importa. Sempre estou fazendo algo para aprimorar meus conhecimentos, curso de imerção, de especialização é sempre importante se manter atualizado. Procuro participar de congressos, simpósios, seminários, trabalhos científicos, com a ajuda dos meus alunos, sempre busco desenvolver algum trabalho.

Dra. Kátia: Sim. A medicina é uma ciência. É dinâmica e portanto, o estudo, a dedicação e o aprimoramento são essenciais. É necessário  sempre atualizar-se. Os tipos de estudos variam desde pesquisas virtuais,  congressos,  cursos presenciais, Pós graduação, palestras e atualizações em todas áreas.

Hoje com o advento da tecnologia muitos já chegam com o “pré-diagnóstico” à partir dos sintomas que sentem, isso facilita ou dificulta o trabalho do médico?
Dr. Willy: O Dr. Google não ajuda. Isso é muito ruim, na medicina o que aprendemos com investigação clínica, é juntar quebra cabeça, juntar esses sinais e sintomas e a partir disso com outros aspectos familiares epidemiológicos das pessoas chegar de fato, a um diagnóstico. Lançar simplesmente um sintoma na internet, a pessoa vai achar “n” doenças com o que vai se preocupar e não tem nada a ver com o que ela tem de verdade. Vários sintomas podem se apresentar em várias doenças diferentes então é o montar do quebra-cabeça que dá o diagnóstico final. Ficar pesquisando na internet não é legal, tem que consultar com o médico e deixar para ele resolver. Perguntar e questionar ao médico.

Dra. Kátia: Acho que a tecnologia é sempre um desafio a ser enfrentado. Está diante de alguém que se compreende mais como ser humano e  busca solução para os males  é ter um aliado maior. Além do mais, isso fortalece a convicção que aprimoramentos são essenciais  no dia a dia profissional .

Qual sua opinião para aqueles que gostam de auto se medicarem?
Dr. Willy:
 É um problema que acomete a população do mundo inteiro. É um problema de saúde pública. Automedicar não é bom. Remédios comuns podem tratar sintomas e não tratar definitivamente a doença. Os remédios que tomam de forma aleatória podem ter efeitos colaterais graves e prejudicar o tratamento definitivo. A orientação é procurar o médico e ele vai prescrever o medicamento específico para aquela doença que o paciente tem.

Dra. Kátia: A automedicação é ato de grande complexidade e vem sendo realizado cada vez com maior frequência.  Torna – se complexo, laborioso a investigação diagnóstica e confuso o raciocínio  clínico. Infelizmente algo difícil de ser controlado uma vez que a Internet no dia-a-dia vem gerando a falsa impressão  de que ser médico e curar é  uma missão fácil. Muitas vezes a automedicação traz danos irreversíveis e o arrependimento culmina.

Cartões com informações sobre saúde dos pacientes podem facilitar e agilizar atendimentos de emergência?
Dr. Willy:
 Nossa! Cartões com informações sobre a vida pregressa do paciente é importantíssimo. Durante uma consulta de urgência e emergência o paciente que já tem um cartão contendo as informações sobre a vida patológica, doenças que tem,  agravos que já passou, medicamentos que toma, isso facilita uma conduta de tratamento na urgência e emergência. Facilita bastante chegar a um diagnóstico  e tratamento definitivo do paciente.

Dra. Kátia: Sim. A educação em saúde é um aliado maior no dia a dia. Fazer-se educado em saúde,  sabendo agir, vem sendo  um beneficio maior no cotidiano a saúde pública. O primeiro atendimento em saúde visa diminuir os danos na emergência e urgência.  A inclusão de cuidados emergenciais e primeiros socorros na escola e em oficinas de saúde e  standard públicos traz benefícios enormes e mostra o quão valioso cada um pode se fazer. A telemedicina,  o sistema de orientação  profissional pelo 192 juntamente com alguém que realmente  quer ajudar  são  receitas perfeitas para garantirem a saúde  do cidadão principalmente  nestes momentos de maior fragilidade da vida.

Muitos afirmam que a vida do medico é muito triste porque é doação total em função do outro. Mas a medicina te proporciona momentos de prazer com familiares e amigos?
Dr. Willy:
 Sim. A medicina é bastante corrida e agitada. Principalmente para nós que trabalhamos com urgência e emergência e somos submetidos a uma tensão e estresse constante, precisamos de um momento de lazer, mas depende muito da escolha de cada um. Depende da área da medicina, tem umas que são menos agitadas.

Dra. Kátia: Ser médico é servir e saber que muito de sua vida será entregue a seus pacientes. O trabalhador tem em seu trabalho sua segunda moradia. O médico tem isso mais intenso ainda, afinal, são plantões intensos e exaustivos, noites infindáveis, desafios constantes que tornam nosso dia a dia com gosto de poder ser alguém diferente. Se fomos escolhidos para seguir a arte da medicina,  façamos o melhor! Saber que temos uma família do coração em nosso ambiente de trabalho torna tudo mais fácil.  Lá nos tornamos irmãos entre si em uma só  fé. Ajudar ao próximo. Diante de tantas dificuldades, o sorriso em um rosto que antes sofria vale cada segundo dispensado. Uma vida salva, um choro aliviado são presentes do nosso dia a dia . São prazeres indescritíveis.

Como ocupa suas horas vagas?
Dr. Willy:
 Estou estudando ou praticando alguma atividade física. Acho muito importante a prática de esportes e recomendo aos meus pacientes.

Dra. Kátia: As horas vagas são bem honradas com a presença daqueles que tanto amo . Aos grandes  e compreensivos companheiros. A minha família. Estar ao lado deles me traz imensa alegria e  motivos maior de estar viva. Afinal  ser e sentir – se  família não tem preço.

Deixe uma mensagem àqueles que estão buscando o sonho de serem médicos. Qual a realidade que os espera aqui fora?
Dr. Willy:
 A Medicina tem mudado bastante nos últimos anos. Muitos tem se decepcionado um pouco. Quem deseja fazer medicina, pesquise sobre a profissão. Converse com médicos e acadêmicos. Se for realmente o que se busca, a medicina vai estar de braços abertos. Ela é muito gratificante, te dá prazer nas pequenas coisas, um paciente que despertou de um coma, um paciente que foi salvo por você e sua equipe. Tem muita coisa boa na medicina. Tem que aspirar a medicina pelos motivos corretos.

Dra. Kátia: Hoje tenho vivenciado, com muita tristeza,  uma desvalorização  da classe. Estamos em tempos escuros com desfalques estruturais graves e muito desconsolo profissional. Um sistema que não entende que com saúde não se brinca e que tudo deve ser feito com responsabilidades. Todos, temos papeis a cumprir, mas precisamos de um ambiente propício para isso. Durante minha vivência como pessoa e  profissional médica  busquei sempre solução para as dificuldades, não há porquê desistir.  Na medicina muitas vezes lidamos com o improviso. Deixamos o academicismo para conseguir cumprir a rotina do trabalho público. Neste Brasil onde existem tantas injustiças, onde tão pouco se investe em saúde,  segurança e educação, querer salvar vidas é um objetivo memorável e muito árduo. Aos que estão no caminho, que façam com amor e por amor assim a tarefa  fica mais branda e prazerosa. A batalha é longa. São 6 anos no mínimo para realizar o sonho e a honradez profissional,  portanto sejamos responsáveis  por fazer jus ao título. Façamo-nos instrumentos  e espelho do Criador e lutemos por nosso objetivo maior  salvar sempre.  Afinal como dizia Madre Teresa de Calcutá: “Ontem foi embora. Amanhã  ainda não veio.Temos somente hoje, comecemos”. Qualquer ato de amor, por menor que seja,  é  um trabalho pela paz”.

Ser médico do SAMU tem peso diferente em sua vida? Por quê?
Dr. Willy:
 Tem um peso diferente na minha vida sim. Aplicamos o que conhecemos de uma forma bem particular. Só mesmo sendo um médico do SAMU para entender. Aprende-se a ser médico do SAMU dentro do SAMU e não na faculdade. No pronto socorro e CTI lidamos com pacientes graves em ambientes controlados. No SAMU lidamos com pacientes graves na cena do ocorrido seja na BR ou dentro da casa da vitima em ambientes adversos, hostil, utilizando recursos limitados, aprendemos usar nosso conhecimento em ambiente completamente diverso e mesmo assim conseguimos salvar vidas. É bem gratificante.

Dra. Kátia: Ser médica do SAMU  tem enorme peso em minha existência. Acompanhei o processo de consolidação constitucional  do  SAMU 192. Sempre observando o quão glorioso eram  suas  metas e o enorme diferencial que iria gerar no dia a dia  da população. Ser membro de algo tão significativo é  poder se aprimorar em todos os aspectos. Como médica, como equipe, como gente! Trabalhei em outros SAMU  192 e me orgulhei durante um curso de capacitação de tutores do Ministério da Saúde ao dizer,  quando me apresentei  que era de Montes Claros. Eles retrucaram  “Uma grande equipe a Macro norte”  uma das melhores do País. Perguntei – me porque não estou lá? Lutei para isso e hoje sei que estou no lugar certo com a equipe certa fazendo o que melhor se pode fazer, salvar vidas! Anjos do asfalto, sempre de cabeça  erguida e   avante. Vencendo mil dificuldades, mas com um só  foco, superar desafios, vencer batalhas porque missão dada é missão cumprida. Porque Deus não escolhe os capacitados.Ele  capacita os que  por Ele foram escolhidos.  Anjos de corpo e alma. Nós  médicos não seríamos completos sem vocês. Equipe  SAMU  MACRO NORTE  … Salvando vidas Sempre ! Vocês  fazem toda a diferença!

Por Viviane Carvalho
Assessora de Comunicação
SAMU Macro Norte
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